04 janeiro 2007

Coisas... estranhas!

Um destes dias vinha eu da Biblioteca Municipal, que para quem não sabe fica ao lado da Escola C+S em Tondela, e vejo um grupo de miúdos que não deviam ter mais que 11/12 anos, junto à rede na parte interior do recinto da escola.
Por me parecer um bocado suspeita a maneira deles se terem isolado dos outros e como olhavam para todos os lados, aguardei um pouco dentro do carro. Dois deles abrem as mochilas enquanto um outro finca o calcanhar no chão tentando abrir um buraco como se fosse esconder algo.
Aguardei mais um pouco…
Juntaram-se mais e falavam entre eles como que estivem a combinar qualquer coisa diabólica porque vi-os a gesticular e a tirar coisas dos bolsos e estojos que trocavam entre eles.
Nessa altura liguei o carro, talvez para os assustar e dissuadir de fazerem alguma asneira, e aproximei-me… Paro mesmo ao pé da rede, abro a janela e fico a olhar com aquele ar do-mauzão-que-lhes-deu-cabo-do-esquema.
Um deles baixa-se e atira… o berlinde, e depois foi a vez de outro e outro e do outro. Sim, estavam a jogar… ao berlinde!
Dei-lhes um sorriso amarelo, daqueles mesmo parvos (como eu) e fui à minha vida…
Esta confusão toda aconteceu porque nunca me ocorreu que ainda se jogasse ao berlinde nos dias de hoje! Afinal onde é que estão os gameboy, pocket e outras coisas com nomes estrangeiros que fazem as delicias dos mais novos após cada Natal?
Comparei aquele grupo de miúdos à Resistência e o jogo do berlinde como a sua luta ou uma coisa “proibida”. Ou eles eram de famílias mais modestas economicamente ou então ainda existe uma réstia de esperança para a juventude!

Claro que hoje em dia ainda jogo… com os meus berlindes… :)