09 agosto 2006

Passa aí essa espia, ó faxa'bor!

Quando tinha os meus 13 anos, via aquele pessoal mais velho nas paragens do comboio ou à beira das estradas a pedir boleia com uma placa na mão a dizer “Figueira”,com as mochilas às costas e pensava: “uau, que fixe, aquele pessoal é mesmo cool eles é que curtem…”!
Depois foi a minha vez… aquilo era uma coisa natural, levava-se algum dinheiro, pouco mais que a roupa do corpo, uns pacotes de bolachas, a guitarra e a tenda canadiana para uma pessoa onde por vezes dormiam 3. E bute para a estrada! Nunca sabia quanto tempo ia ficar… dependia…
Aquilo até era engraçado, vivia-se de noite e dormia-se de dia. Conhecia-se muita gente… estranha… como nós! O dinheiro rendia, nem que tivesse que trabalhar umas horitas num sítio qualquer.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades… (o Camões não era parvo nenhum, sabia o que dizia)!
Crescemos, apaixonamo-nos, namoramos e casamos. E eis que chega o primeiro verão juntos…
Grande cena, emoção. Campismo aí vamos nós!
E é então aí que nos começamos a aperceber que se calhar… dois pares de cuecas não são suficientes para ficar uma semana…, e que se calhar… iria ter que começar a ganhar alguma prática no manuseio do garfo dos grelhados, e que se calhar…tomar banho 3 vezes ao dia não gasta a epiderme nem causa doenças cutâneas. And last but not least… nunca, mas nunca se deve reparar nas marcas deixadas pelo bikini das outras cachopas!
Após termos o primeiro filho, é simplesmente impensável o campismo. A não ser, claro, que seja numa auto-caravana ou num bungalow com frigorifico, televisão e micro-ondas. MAS ISSO NÃO É CAMPISMO!!! OU BEM QUE HÁ FORMIGAS E MOSQUITOS, AREIA EM CIMA DOS SACOS-CAMA E DESENRASCANSO OU ENTÃO É UMA TRETA…
Os parques de campismo deviam ter na portaria um cartaz a dizer: “Este espaço está interdito a maiores de 30 anos”.
É pá, aquilo até é engraçado e aconselhável para solteiros e casados sem filhos, a sério, há espírito, união, balda, “onde está aquela t-shirt que usei anteontem?”, “vou tomar um banho enquanto fazes o comer e depois lavo eu a loiça…”
Este ano foi o primeiro que fiz campismo com o meu filho e apesar da piada e dinâmica inerente à “coisa”, aconselho vivamente uma casita com quarto de banho e frigorifico.
Primeiro dia de férias: é o stress, não te podes esquecer de nada. São as toalhazinhas, são as papinhas, são os brinquedos para o puto, são os artigos de higiene diária, os talheres todos, os cobertores, a roupinha toda dobrada… bem…
E lá vamos nós com o “ZX” cheio, atulhadinho de coisas, metade das quais dispensáveis, à procura da aventura. Gandas malucos!
O verdadeiro ‘tuga em toda a sua essência!!!
Não quero influenciar ninguém mas que graça é que tem um gajo andar curvado 80% do tempo a entrar e sair da tenda, comprar gelo todos os dias para colocar nas arcas por causa dos iogurtes, da frutinha, da carne e do peixe, da cerveja… ok, da cerveja até é importante!
E depois temos as raízes das árvores e as pedras… debaixo, exactamente por baixo das nossas costas, naquele sitio…
E a hora dos banhos? É caótica! Toda a gente se lembra de tomar banho à mesma hora!

Não vou tomar mais do vosso precioso tempo a ler esta porcaria, no entanto já me considero um guru nisto de…campismo!




A besta…

6 comentários:

  1. No campismo esta quase tudo sempre quente, na praia deito-me no chão vou para atenda e no chão me deito. Faz falta uma cadeira, um sofa, uma televisão mesmo com programas estúpidos, ... mas depois uma pessoa habitua-se e começa a dar valor ao que realmente é importante.
    É uma altura em que temos de nos privar de alguns hábitos e serve para reavaliar a nossa escala de valores das coisas.

    Faz-me lembrar a travessia do deserto em que normalmente os personagens dos filmes rapidamente se libertam do que não faz falta e guardam apenas o essensial.

    ResponderEliminar
  2. Nao tenho muita prática em campismo. A única vez que o fiz foi há alguns largos anos (anos 70), numa praia (Trindade) entre Paraty (Rio de Janeiro) e Sao Paulo.
    Comi peixe fresco, numa cabana de pescadores, tomei banho de cachoeira, salguei o corpo com água do mar, caminhei descalço pela areia da praia e vi um casal, nú, cuja mae amamentava um bebe, também nu, cena digna de um quadro dos melhores pintores. Pintei-o, contudo, na minha mente, galeria de tantos acontecimentos. Havia, também resquícios hippies. Alí todos se juntavam e era tudo paz & amor.
    Deduzi que, exercitar o campismo pode, mesmo, ser uma ótima receita para se libertar daquilo que reconhecemos como supérfluo e que o sistema insiste, quotidianamente, em nos apregoar, através da TV, das montras dos centros comerciais e nao só.
    Por outro lado, essa prática leva-nos a resgatar valores tao esquecidos como: respirar, ver, tocar, degustar, cheirar, ouvir o barulho do silencio e olhar para dentro de uma das mais belas montras que existem - a montra que está dentro de si próprio.
    Talvez por isso, os nossos antepassados e aqueles que ainda conseguem estar em contacto directo com a natureza foram e sao abençoados pela longevidade e pela boa forma, uns fisica outros psicologicamente falando.
    Mosquitos, formigas e a falta de certas comodidades sao detalhes presentes na bagagem de qualquer campista. Com o hábito acaba-se por reconhecer que toda aquela parafernalha que dizem precisarmos para sermos felizes, acaba por nada significar diante da beleza incontestável que a natureza pode oferecer.
    Viva, pois, o campismo (nao importa onde) e abaixo o consumismo e o acumular do supérfluo.
    Bem, agora se me dao licença, preciso sair, pois tenho que ir ao Colombo comprar um telemóvel último modelo (meu colega de trabalho comprou um novo e preciso mostrar que tenho um melhor que o dele), um par de tenis de marca e otras cositas mas...
    Bom verao à todos!...
    AgLima

    ResponderEliminar
  3. bem vocês nao sabem o k é andar com a tenda ás costas eu qd tinha os meus 16 17 anos ya sózinho á boleia qd apanhava claro uma vez fiz 22kms a penantes com um sol abrasador com uma gadelha até meio das costas e d botas d bikeira d aço calças duas moxilas sem agua foi mt cansativo mas valeu a pena já apanhei mt xuva frio. velhos tempos
    agora campismo só mesmo nas cocentracoes motardse nem sempre. um abraço

    ResponderEliminar
  4. ...E lá vamos nós com o “ZX” cheio, atulhadinho de coisas... :-)))) tou a imaginar o filme ehehehe. Tójó sempre em grande!!

    Pois é, há um tempo que ando desaparecida. Nao vos sei dizer por onde é que andei, pq tb n sei!

    Vamos entao ao tema em questao!

    Acampar...o Aglima disse tudo!

    A última vez que acampei chovia que Deus a dava, e sabem que mais? Sobrevivi e até foi engraçado pq foi diferente! Tirando os 10 euros que gastei num impermeável, que davam para umas quantas bejecas, foi um woodstock 2006!! Lama, lama, lama...paz e amor!! Mas atençao, ninguém andava nu e nada de sexo! Quer dizer...havia tendas que se mexiam muito, quase saíam do sitio onde estavam...badalhoquices é o que é!!

    Beijitos para voces todos!

    ResponderEliminar
  5. Pois é Tójó, eu também tentei o campismo ... durou apenas 2 noites! Que bela cama de Hotel, pequeno almoço junto à piscina, só é pena ter tantos Ingleses, que até parece que estamos "nostrangeiro", com os putos é complicado... Ó belos tempos de aventura nesse iglo de 2 lugares.
    Já agora um abraço aí para o pessoal da Huf, atão com vai isso?

    ResponderEliminar
  6. Olha, olha!!
    O desaparecido J.Pack!!!
    Espero que esteja tudo bem contigo...
    Já viste tempo de fazer uma visitinha ao pessoal na Huf! Leva umas cervejas...
    Abraço!

    ResponderEliminar

Comentários