Fonte de riqueza

Restaurante típico, uma mesa reservada no canto ao pé da lareira, duas velinhas vermelhas que ardem e um arranjo com antúrios em cima da dita mesa.
Ele ajuda-a a tirar o casaco que coloca nas costas da cadeira empurrando-a para dentro de seguida.
Nesse mesmo instante chega o empregado com um grande tabuleiro que alberga os deliciosos pires de orelheira, chouriça, e polvo em vinagrete juntamente com os fumegantes e estaladiços pastéis de bacalhau.
Tudo perfeito, portanto!
O empregado pergunta o que vão beber ao que ele responde:
“Uma garrafinha de litro e meio de água, por favor!”
A rapariga sai disparada a correr e a gritar porta fora.

Não, isto não se passou (pelo menos a minha frente…), mas era o que eu fazia se fosse a rapariga.
Arriscando a que me chamem nomes menos dignos… vamos lá a ver uma coisa… ÁGUA, meus amigos???
Não me interpretem mal, eu até gosto bastante de água, mas… só de pensar num jantar com uma bela duma bacalhoada com broa, ou umas migas e uma garrafa esterilizada de plástico com um rótulo a dizer “VITALIS” em cima da mesa, fico cheio de bexigas e arrepios na espinha!
Causar boa impressão tem limites, e um gajo não vai lá com água, acreditem!
Jantar é sinónimo de convívio, romantismo e sabor. A água não tem sabor, nem cheiro nem cor (bem… pelo menos algumas não!), logo, é incompatível com comida.
Eu até aceito que se beba cerveja, sumo e água à refeição, claro que sim! Mas nada, nada mesmo, substitui o bom velho néctar dos Deuses: o VINHO (vénia)
Isto não é um apelo ao alcoolismo, pelo contrário, o vinho deve ser bebido com moderação e sentimento.
A água só se enquadra e aceita de alguma forma neste jantar na parte final da noite, ou seja, para lavar “as partes”!
‘Tá dito, ‘tá dito!!!


a besta...